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Bem vindo ao meu Blog

Neste blog me proponho a mostrar e comentar o mundo dos teares de pente liço e de pedais. Sinta-se a vontade para comentar, apresentar dúvidas ou mesmo simplesmente conversar sobre algum assunto relacionado. Se quiser me contatar, use o e-mail arimanto@gmail.com
Sou um tecelão por opção, comecei a tecer em teares de pente liço por curiosidade e acabei por ser um tecelão profissional. Depois de alguns anos, exponho e vendendo os meus trabalhos (tapetes, passadeiras, jogos americanos, centros de mesa, caminhos de mesa, mantas, etc...) em feiras de artesanato na região de Bauru e na loja virtual www.elo7.com.br/tearte
Também, se você conversar diretamente comigo e quiser que eu faça algum trabalho, me exponha o que você quer, se uma peça que você gostou, informe qual e as cores e medidas, que farei um orçamento sem compromisso, e poderei te mandar pelo correio diretamente ou através da minha loja virtual onde você tem muitas opções de pagamento. Converse comigo, OK!

Pensamentos para refletir

"Deixe que os outros vivam vidas pequenas, mas não você. Deixe que os outros discutam por coisas pequenas, mas não você. Deixe que os outros chorem por pequenas feridas, mas não você. Deixe que os outros deixem os seus futuros nas mãos de alguma outra pessoa, mas não você."
-- Jim Rohn

"Vá frequentemente à casa de um amigo, pois as ervas daninhas obstruem o caminho não usado"
== Ralph Waldo Emerson

Sobre o tear de pente liço

O Tear de Pente Liço possibilita a elaboração de tecidos diversos, tapeçarias, tapetes, etc., sendo o tipo mais comum encontrado entre artesãos que elaboram e executam seu trabalho de forma simples e totalmente manual. São construídos em vários tamanhos, e a dimensão das peças nele executadas ficam limitadas pela largura do seu pente. Assim, teares mais largos (pentes mais largos), permitem a execução de peças mais largas. O limite do comprimento das peças é determinado pelo comprimento da urdidura e da habilidade do artesão em coloca-la no tear, pois neste tear sendo a urdidura e o tecido enrolados gradativamente em que o trabalho é executado nos rolos existentes, à medida em que o trabalho vai se desenvolvendo e o rolo de tecido vai se tornando cada vez mais espesso, limitações começam a surgir. Os teares tipo pente liço com cavalete podem ser encontrados normalmente até a largura de 125 cm. Acima desta medida fica difícil seu manuseio devido à dificuldade de se manusear o pente, quando então já se prefere utilizar um tear mais pesado, de estrutura mais robusta que possibilita a execução de peças maiores. Normalmente fabricados até a largura de 2,00 metros.

Uma breve história do tear

A história da tecelagem é milenar e caminha paralelamente à evolução da humanidade, pois o homem tem a necessidade de se agasalhar, de se proteger e de se expressar através de suas vestimentas. Os primeiros tecidos para que o homem pudesse se proteger das intempéries da natureza, foram as peles de animais, com as quais eram confeccionadas tanto os abrigos como as vestimentas, porém as peles se ressecavam e se deterioravam com o passar do tempo, o que acabava sendo um problema para o uso como vestimentas, pois limitava os movimentos e se tornavam um empecilho às viagens empreendidas para a mudança de área de caça, sendo que os primeiros homens certamente eram nômades já que para sobreviver precisavam caçar animais para se alimentar e se vestir. Com o passar do tempo o homem foi se enraizando nos locais onde havia maior possibilidade de subsistência devido as condições naturais, como água, alimentação, proteção das intempéries, etc., o que possibilitou ao homem se tornar sedentário e aprender a cultivar a terra para a sua subsistência, e com a produção de alimentos vegetais surgiu também o uso de fibras, primeiramente para a produção de fios e cordas que eram necessárias para a construção de abrigos, de amarrios de ferramentas para cultivar o solo e outras necessidades. Isto possibilitou ao homem o aprendizado da produção de fibras vegetais e o seu manuseio, e vendo o homem que as fibras eram mais flexíveis que as peles de animais para a confecção de vestimentas, procurou construir ferramentas que o auxiliassem no manuseio e entrelaçamento das fibras para que se tornassem um tecido aproveitável. O primeiro tear que se tem conhecimento conforme desenho em cerâmica egípcia encontrada, era uma simples armação de galhos dispostos em quadro que sustentava as fibras em forma de urdume para que o tecido fosse tramado com as mãos.

Com o decorrer do tempo os teares foram sendo aprimorados de forma a tornar o trabalho mais produtivo e mais eficiente, e os avanços foram significativos, possibilitando uma enorme gama de possibilidades na confecção dos tecidos, pois o processo foi sendo automatizado de tal forma que nos dias de hoje, com o advento da industrialização temos teares motorizados que possibilitam a confecção de milhares de metros de tecidos por dia, suprindo a necessidade de vestimentas para toda a humanidade.

Os tecidos são fibras de algodão, de lã, de linho, ou outras fibras naturais ou sintéticas, fiadas e tingidas por processos manuais, que nos teares, de acordo com a criatividade do tecelão, se unem em cores e formas para formar um tecido útil e vistoso.

A tecelagem utilitária evoluiu na tecnologia e avançou na mecanização, enquanto que a de expressão procurou os caminhos naturais e se utiliza de teares manuais onde as tramas e as urdiduras se entrelaçam para dar forma ao pensamento e à intuição, produzindo tecidos de extrema beleza e durabilidade.

Saber tecer e tingir fios de fibras naturais são conhecimentos que se mantém a séculos e acompanham a humanidade desde sua origem. Por necessidade, a tecelagem firmou-se no Brasil Colônia, onde produzir tecidos para escravos e gente simples justificava o empreendimento. Houve tempo em que toda casa mineira tinha uma roda de fiar e um tear tosco de madeira. Fazia-se o fio e do tear saiam colchas e roupas para a família. Enquanto teciam, as mulheres iam nomeando suas tramas de acordo com o desenho: Daminha, Pilão, Escama, Dados, Sem Destino ou até mesmo com os nomes das artesãs que as criavam. Com as tramas nascia o pensamento abstrato e é por isto que, até hoje, tecer significa pensar. Suas técnicas consagradas pelo tempo não são restritivas, mas sim, abrem infinitas possibilidades de resultados, desafiando a criação.


28 de set. de 2007

Tapetes pequenos




Esses tapetes sâo razoavelmente pequenos, eles tem 80 cm de comprimento por 42 cm de largura. Eu fiz com a urdidura semi-aparente, pois ficam um efeito bastante interessante visualmente e ficam bem maleáveis em sua textura.

Dicas 3

Comprimento dos cabos da Urdidura

O cálculo deste passo depende das dimensões do tear que tivermos, existem várias maneiras de se prender a urdidura no rolos da frente (rolo do tecido), e no rolo de traseiro (rolo urdidor). Em qualquer caso, vai ser necessário um comprimento adicional de fio na urdidura para prendermos a mesma nesses rolos. O comprimento de fio da urdidura que vai da parte posterior do pente até o rolo urdidor, onde é amarrado, e mais também uma medida adicional anterior ao pente onde devido à proximidade é impossível tecer, são considerados como perdas. Resumindo, existe um espaço útil na urdidura, onde podemos tecer, todo o resto, apesar de necessários para a colocação no tear, são considerados perdas. Observe o esquema abaixo visto em um corte transversal de um tear de pente liço:

Tem-se a seguinte regra para o cálculo do comprimento da urdidura:

COMPRIMENTO DA URDIDURA = COMPRIMENTO DA PEÇA + PERDAS

Perdas são os acréscimos a serem considerados na amarração do urdume no tear. No tear de pente liço, vamos considerar uma perda fixa e igual a 70 cm. Neste valor consideramos uma possível elasticidade do material que esta se usando na urdidura. Nosso cálculo fica então:

Comprimento da Urdidura = 100 cm + 70 cm = 170 cm

Observação: Se a peça tivesse 400 cm de comprimento (uma passadeira por ex.), o comprimento seria : 400 cm + 70 cm = 470 cm

As perdas independem do comprimento do trabalho a ser tecido, são fixas e igual a 70 cm, podendo variar um pouco mais, um pouco menos, dependendo da estrutura do tear e do tipo de material empregado (se elástico ou não).

DICA : Quando se pretende tecer várias peças com a mesma urdidura, pode-se colocar uma só urdidura no tear, mas deve-se considerar sempre um comprimento adicional entre o término de uma peça e o início de outra. Esta distância entre duas peças sucessivas pode ser 30 cm. As perdas mencionadas anteriormente (70 cm), são calculadas apenas uma vez. A vantagem é a economia de tempo e material no urdimento. Vamos dar um exemplo:

Trabalho a executar: Tecer 3 tapetes com 100 cm de comprimento cada um.

Comprimento = Comp. 1ª peça + 30cm (espaço entre as peças) + Comp. 2ª peça + 30 cm + 3ª peça + Perdas

Comprimento da urdidura = 100 + 30 + 100 + 30 + 100 + 70 = 430 cm.

TRECHO DA APOSTILA SOBRE TEAR DE PENTE LIÇO BÁSICO - ESCRITO POR Ari Mantovani

27 de set. de 2007

Tapetes que terminei nesta semana passada


Tapete com fios de algodão mesclado. Utilizei fio nº 4 no urdume e nº 8 na trama
Ele mede 1,20 m no comprimento e 0,45 m na largura.



Tapete vermelho com franjas pretas. Utilizei a mesma urdidura na qual eu fiz o tapete acima. Ele mede 1,10 m de comprimento por 0,45 m de largura, apenas adicionei mais franjas.

20 de set. de 2007

Tapetes com fios de algodão mesclados

ref. 102

ref. 101
Esses tapetes eu fiz com fios nº 4 na urdidura e com fios mesclados nº 8, eles te 110 cm de comprimento X 45 cm de largura.

Já fiz muitos iguais, pois tem uma boa aceitação por serem muito macios e bonitos.




19 de set. de 2007

Mais tapetes



Meu tear de trabalho


Observem que modifiquei o tear para facilitar o trabalho.
Eu mandei tornear 2 cilindros de polipropileno que foram posicionados entre os rolos urdidor e do tecido, de forma a manter a tensão dos fios sempre constante, foi uma coisa simples mas que funciona maravilhosamente, pois antes, à medida em que o rolo do tecido ia se tornando maior com o enrolamento, a tensão da urdidura ia modificando e tornando o trabalho complicado.
Travei toda a estrutura e o cavalete do tear com barras de ferro roscadas e com porcas, o que tornou o tear bem mais firma e estável, além de serem colocados pesos pendurados em seu cavalete para que seja mantida a estabilidade.

Também confeccionei 2 suportes nas laterais do tear onde apoio os navetes e tenho as mãos livres para o batimento do pente.

Exposição nas feiras de artesanato

As feiras proporcionam um contato direto com o público consumidor, onde nós podemos de uma maneira segura sentir como o nosso artesanato é visto e recebido. Ganhar dinheiro com isto é uma consequencia do nosso esforço e pesistência, não é facil, mas como eu sempre digo, o artesão é um ser persistente, que na maioria das veses trabalha por prazer e por gosto à arte, mas é gratificante quando vemos que as pessoas gostam do nosso trabalho e compram para de alguma forma aproveitar os bons sentimentos que estão encutidos em cada peça artesanal, já que a sua produção é com prazer e amor.






Dicas 2


TEMPEREIRA

Para evitar-se a perda de largura em um trabalho (muito comum entre os iniciantes), utiliza-se a tempereira que é uma peça de madeira ou ferro, com pontas nas extremidades, de largura regulável, É fixada nas duas laterais da peça do tecido, logo abaixo da carreira atual em que se está tecendo, mantendo-a até que a peça apresente sinais de que não está mais perdendo largura, pois evita que o mesmo encolha, a medida que formos trabalhando.


15 de set. de 2007

Dicas 1

URDIDURA APARENTE


URDIDURA OCULTA

De acordo com o tipo de fio utilizado na urdidura e na trama teremos as várias texturas diferentes de tecidos. Necessariamente o fio da urdidura não é idêntico ao da trama. Em tecidos para vestuários e utilitários, como é o caso das padronagens, em que a textura é mais aberta, a urdidura fica visível. Neste caso cada carreira da trama não é apertada com a anterior, mas simplesmente encostada com o pente, o que faz o tecido ficar "solto", com baixa densidade de fios, tornando a urdidura aparente e fazendo parte do efeito final.
Nas técnicas de Tapeçaria, quando se deseja tecer um tapete, com uma textura mais grossa, cada carreira da trama deve ser bem apertada contra a anterior. Desta maneira, a urdidura fica escondida, só sendo visível na parte que denominamos franjas do tapete. É muito comum neste caso utilizar-se na urdidura um barbante de algodão cordão nº. 3 ou 4. Na trama podemos utilizar lã ou algodão colorido, de espessura maior, como por exemplo o barbante de algodão cordão nº. 6, 8, 10 ou 12, dependendo do efeito final que desejarmos. Para entendermos a numeração dos fios de algodão, que são largamente empregados em tecelagem, podemos observar que os fios são formados por uma fibra de algodão em espessura padrão, cuja quantidade de fios enrolados em si mesmos, determinam a numeração, ou seja, um fio nº. 8 contem 8 fios enrolados, um fio de nº. 4 contém 4 fios enrolados em si, e assim por diante. Para sabermos a numeração de um fio, basta desenrolar sua ponta e contar quantos fios de espessura padrão ele possui. A numeração de um fio não determina sua espessura, mas simplesmente o número de fios com o qual o mesmo é formado, pois sua espessura depende de outros fatores, como por exemplo a técnica de tingimento que determina o grau de macies do fio, ou a pressão com que os mesmos são enrolados, ou ainda outros fatores que não nos interessam no momento. O que realmente interessa ao artesão é saber quantos fios na trama são necessários para formar 1 cm de tecido e isso se consegue com a observação, experimentação e aplicação de técnicas sucessivamente.

14 de set. de 2007

Passadeira com 3,30 m

ref. 201
Usei na urdidura fios de algodão nº 4 e na trama fios nº 12. É trabalhoso usar os fios nº 12, pois eles se contorcem enquanto tecemos, exigindo que constantemente os fios sejam mantidos esticados, e também exigem uma força grande para que as carreiras sejam batidas, mas o resultado é compensador, pois fica um tapete bastante encorpado e durável.




Tapete com vários tipos de pontos

Tapete feito com vários pontos de tecelagem, medindo 0,80 m x 0,40 m

Tapetes feitos sob encomenta para combinar com jogo de cama



Tapete que foi feito sob encomenda para ser colocado em quarto de crianças combinando com o jogo de cama já existente. Fiz o urdume com fios de algodão de nº 4 e a trama com fios também de algodão nº 8

Tapete preto e rosa

Este tapete eu fiz a urdirura com fios nº 4 nas cores preto e cru, e a trama com fios nº 12. Utilizei fios pretos e rosas e um batimento menos denso para tornar a urdidura semi aparente. O efeito ficou interessante.


ref. 104